Sabia que idealmente o seu intestino deveria funcionar 1 a 2 vezes por dia?
E que as suas fezes deveriam ter uma consistência macia e suave (tipo 4 na escala de Bristol)?
Quando tal não acontece e há uma alteração da consistência das fezes e/ou uma diminuição do número de evacuações diárias, podemos estar perante um caso de obstipação.
Em teoria, a obstipação define-se quando um indivíduo apresenta menos de três movimentos intestinais por semana. Contudo, há indivíduos que sofrem de obstipação por apresentarem fezes duras e secas, por sentirem dor ao evacuar ou por apresentarem uma sensação de evacuação incompleta, ainda que o seu intestino funcione todos os dias.
Existem vários fatores que podem contribuir para a obstipação, nomeadamente:
– Idade
– Alterações hormonais, principalmente no caso das mulheres
– Hábitos alimentares inadequados
– Utilização de determinados medicamentos
– Desidratação
– Stress
Sabia que o intestino é um dos principais órgãos envolvidos no processo de desintoxicação?
Depois de, no fígado, as toxinas serem transformadas em substâncias hidrossolúveis, possíveis de serem eliminadas, é necessário assegurar que estas são de facto eliminadas através das fezes.
Assim, quando o intestino não funciona devidamente a excreção de toxinas é limitada, podendo estas substâncias ser reabsorvidas e acumuladas no organismo.
Se este é o seu caso, investir em estratégias que tenham em vista a melhoria do funcionamento do intestino deverá ser uma prioridade.
Por exemplo, aumentar a ingestão de alimentos ricos em fibra pode ser uma das formas para melhorar o trânsito intestinal e, consequentemente, otimizar o seu processo de biotransformação.
Existem dois tipos de fibras, de acordo com a sua capacidade de se dissolverem na água:
– Fibras solúveis como é o caso da cenoura, do chuchu, da abóbora, da maçã sem casca, etc.
– Fibras insolúveis como por exemplo os espinafres, os grelos, a couve portuguesa, a laranja, etc.
A recomendação para o consumo de fibra é de pelo menos 25g/dia mas, apesar de esta recomendação poder ser uma ajuda, poderão existir casos mais específicos que obriguem a uma avaliação e a um estudo mais personalizados.
Referências:
The Institute for Functional Medicine
Continence Foundation of Australia
Lewis, S. J., & Heaton, K. W. (1997). Stool Form Scale as a Useful Guide to Intestinal Transit Time. Scandinavian Journal of Gastroenterology, 32(9), 920–924. doi:10.3109/00365529709011203
Bharucha, A. E., Dorn, S. D., Lembo, A., & Pressman, A. (2013). American Gastroenterological Association Medical Position Statement on Constipation. Gastroenterology, 144(1), 211–217. doi:10.1053/j.gastro.2012.10.029
Cleveland Clinic
Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável – Direcção Geral da Saúde