Dizem-nos que a obesidade é o resultado do balanço energético positivo entre as calorias consumidas e as calorias gastas e que o tratamento deve ser comer menos e gastar mais, mas será assim tão linear?
Fatores como a genética, o sono (ou a falta dele), o ambiente intra-uterino, a microbiota intestinal e ainda a exposição a disruptores endócrinos são alguns que aumentam o risco de obesidade, mas há mais.
Na Nordic Clinic consideramos que a gestão de peso vai muito mais além de um plano alimentar de restrição calórica e por isso desenvolvemos um programa que vai ao encontro dos objetivos de quem nos procura: Nordic Approach to Weigth Loss
Juntando a a experiência e os conhecimentos da equipa multidisciplinar e tendo por base a mais recente evidência científica, com este programa vai ter acesso a:
Consulta médica com o Dr. Eduardo Filipe Coelho
Consulta de nutrição com a Dra. Çagla Sen
1 treino experimental com o Professor Pedro Monteiro
Para mais informações, contacte-nos através de: info@nordicclinic.pt +351 222 081 982
A endometriose é uma doença ginecológica que se caracteriza pela presença de tecido endometrial dentro da cavidade abdominal (peritoneu pélvico, ovários, bexiga, apêndice, intestinos, diafragma) ou, em casos mais raros, em órgãos como o pulmão, o nariz e a pele.
Está presente essencialmente em mulheres em idade fértil, atingindo cerca de 5% a 15% das mulheres desta faixa etária. Apenas 3% a 5% das mulheres em pós-menopausa apresentam endometriose.
Apesar de não existir um consenso quanto à origem desta doença, acredita-se que fatores genéticos, distúrbios imunológicos e disfunção endometrial possam contribuir para o seu aparecimento.
A cirurgia e a utilização de fármacos específicos é o tratamento de primeira linha da endometriose. Contudo, também a nutrição tem um papel importante não só na modulação hormonal como também na modulação da inflamação associadas a este desequilíbrio hormonal.
Sabia que o intestino está intimamente ligado com a forma como eliminamos os estrogénios? E que certos polimorfismos genéticos podem ter impacto na forma como os metabolizamos? E sabia que, no nosso dia-a-dia, podemos estar expostos a substâncias que mimetizam o efeito dos estrogénios no nosso organismo?
Quando pensamos em endometriose e de que forma a podemos controlar, temos de ter em conta todos estes fatores e por isso avaliar caso a caso para perceber exatamente por onde começar.
No que diz respeito à alimentação e nutrição, recomenda-se uma dieta com capacidade de modular as alterações hormonais e a inflamação presentes.
Um bom aporte de fibras para promover o bom funcionamento do intestino e em particular os vegetais da família das brássicas, por conterem compostos bioativos que favorecem a metabolização dos estrogénios.
Além das fibras, também os probióticos podem ter um efeito benéfico para o funcionamento intestinal.
Ómega-3, zinco, selénio e vitaminas C e E parecem exercer um papel importante no controlo da inflamação e na diminuição do stress oxidativo.
Por outro lado, desaconselha-se o consumo de açúcares e farinhas refinadas, de gorduras saturadas e trans e a ingestão de álcool e café em doses elevadas.
Em alguns casos, pode ser necessária a ingestão de certos nutrientes em doses mais elevadas sob a forma de suplementos, mas tal deverá ser sempre avaliado em consulta por um profissional de saúde qualificado como, médico ou nutricionista.
Sabia que temos o Nordic Women’s Health à sua disposição? Quer saber mais? A Drª Andreia Morim e o Dr Eduardo Coelho, com toda a equipa, estão à sua disposição.
Referências: (1) Antunes, B., Mação, N., Moreira, J., Ramos, A. (2018). Nutrição Funcional na Saúde da Mulher. Atheneu. Rio de Janeiro. (2) Holford, P. (2011). Balance Your Hormones. Piatkus. London. (3) Halpern G, Schor E, Kopelman A. Nutritional aspects related to endometriosis. Rev Assoc Med Bras (1992). 2015 Nov-Dec;61(6):519-23. doi: 10.1590/1806-9282.61.06.519. PMID: 26841161.
Três meses pode ser o período definido pois é o tempo médio para um casal fértil poder engravidar;
A DGS recomenda iniciar pelo menos 2 meses antes a suplementação com ácido fólico de forma a prevenir malformações congénitas;
A nutrição, o stress e a exposição tóxica durante o período de pré-concepção e gravidez podem afetar a saude de uma família por 4 gerações.
Então, torna-se extremamente importante a otimização do estado nutricional e a mudança de hábitos para uma gravidez saudável.
E não é apenas sobre a saúde da mulher que falamos. Tanto o homem como a mulher têm um papel determinante na concepção e na saúde dos filhos a longo prazo.
Mas então, por onde começar?
1. Atingir um peso saudável O excesso de peso afeta a fertilidade do homem e da mulher. No contexto do LifeCycle Project, com dados de 25 estudos e com um total de 196,670 participantes , foi demonstrado que o IMC pré-gestação tem maior impacto no desenvolvimento de complicações na mãe e no bebé do que o peso ganho durante a gestação. Assim, deve ser feita uma avaliação neste sentido de forma a fazer as alterações necessárias antes da concepção.
2. Aporte adequado de nutrientes Durante a gestação há um aumento das necessidades nutricionais da mulher e por isso é tão importante corrigir possíveis deficiências nutricionais antes de engravidar. Idealmente, os nutrientes devem ser fornecidos através de alimentos mas sendo esta uma fase desafiante nesse sentido, os suplementos alimentares são necessários. No entanto, não existe um one size fits all nesta área. Isto porque cada indivíduo vai ter um ponto de partida diferente (estado nutricional, tipo de dieta, hábitos alimentares e de estilo de vida, condições de saúde presentes, antecedentes familiares, predisposição genética, entre outros). O ideal será começar por fazer uma avaliação da sua ingestão alimentar e avaliação bioquímica e outros testes de forma a identificar as necessidades nutricionais e elaborar assim um plano personalizado e individualizado.
3. Evitar a exposição a substâncias tóxicas Num artigo publicado em 2005, foram encontradas 287 substâncias químicas no sangue de cordão umbilical de 10 recém-nascidos. A evidência já demonstrou que estas substâncias passam através da placenta e do leite materno. Tendo os bebés e as crianças ainda em desenvolvimento e pelo seu sistema de defesa ainda incompleto, a presença destas substâncias pode representar grande risco.
4. Gestão do stress Sabemos que a exposição do feto a níveis de stress saudáveis e equilibrados promove o desenvolvimento do sistema nervoso central do bebé. Mas níveis elevados de stress durante a pré-concepção e gravidez têm impactos negativos, tanto para a mãe como para o feto, e é por isso tão importante a sua gestão.
De uma forma resumida, a preparação para a gravidez passa por muito mais do que a suplementação da mulher por 3 meses. E tendo em conta os casos em que ocorre uma gravidez não planeada, torna-se ainda mais pertinente a mudança dos hábitos alimentares e de estilo de vida o mais antecipadamente possível.
A preparação para a gravidez inicia-se a partir do momento em que o casal decide tentar engravidar e o Nordic Maternity Program foi criado para estar ao vosso lado nesta jornada e fornecer todas as ferramentas necessárias para que se sintam confiantes e acompanhados.
Como é que atingimos estes objetivos? Através de uma equipa que faz a avaliação e a elaboração de um plano baseado nas características individuais de cada pessoa (incluindo a informação genética), estando presente em cada passo desta caminhada.
Referências: LifeCycle Project-Maternal Obesity and Childhood Outcomes Study Group. Association of Gestational Weight Gain With Adverse Maternal and Infant Outcomes. JAMA. 2019;321(17):1702–1715. doi:10.1001/jama.2019.3820
ao, Y., Robinson, A.M., Zucchi, F.C. et al. Ancestral exposure to stress epigenetically programs preterm birth risk and adverse maternal and newborn outcomes. BMC Med 12, 121 (2014). https://doi.org/10.1186/s12916-014-0121-6
Stephenson, J., Heslehurst, N., Hall, J., Schoenaker, D., Hutchinson, J., Cade, J. E., Poston, L., Barrett, G., Crozier, S. R., Barker, M., Kumaran, K., Yajnik, C. S., Baird, J., & Mishra, G. D. (2018). Before the beginning: nutrition and lifestyle in the preconception period and its importance for future health. Lancet (London, England), 391(10132), 1830–1841. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(18)30311-8
A Síndrome da Fadiga Crónica (SFC) é uma condição clínica que tem sido amplamente estudada nos últimos anos.
Esta condição caracteriza-se por uma sensação de fadiga permanente e debilitante durante pelo menos seis meses consecutivos e pode estar associada a outros sintomas, nomeadamente musculares, infecciosos e neuropsiquiátricos.
Sabe-se que prevalência de SFC é de 0,4% a 1% em todo o mundo e que afeta mais mulheres do que homens, mas a sua patogénese ainda não é claramente conhecida, pensando tratar-se de uma condição clínica multifatorial.
Estudos revelaram algumas causas que poderão estar na base desta condição: – Alterações ao nível do sistema imunitário e da ativação permanente do mesmo – Disfunção do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA) – Stress emocional – Presença de infeções microbianas (vírus Epstein-Barr, enterovírus, Chlamydia pneumoniae) – Exposição a organofosfatos químicos e outras toxinas ambientais
O papel da exposição a toxinas ambientais no desenvolvimento da SFC foi documentado e existem evidências que revelaram um nível superior de organofosfatos no sangue de indivíduos com SFC comparado com os indivíduos do grupo controlo.
Além disso, a literatura sugere uma associação entre uma desintoxicação ineficaz com a SFC e outras patologias como o cancro, a doença de Parkisnon e a fibromialgia.
Assim, garantir um funcionamento adequado e eficaz do processo de desintoxicação pode ser benéfico nestes casos.
Sabia que a desintoxicação é um processo dependente de nutrientes? E que existem vias de desintoxicação específicas que podem ser induzidas ou inibidas de acordo com a presença de certos compostos alimentares?
Além disso, fatores genéticos também podem alterar o funcionamento das vias de desintoxicação exigindo uma intervenção individualizada e personalizada para otimização dessas vias.
Referências: Devanur LD, Kerr JR. Chronic fatigue syndrome. J Clin Virol. 2006 Nov;37(3):139-50. doi: 10.1016/j.jcv.2006.08.013. Epub 2006 Sep 15. PMID: 16978917. Liska DJ. The detoxification enzyme systems. Altern Med Rev. 1998 Jun;3(3):187-98. PMID: 9630736. Finsterer J, Mahjoub SZ. Fatigue in healthy and diseased individuals. Am J Hosp Palliat Care. 2014 Aug;31(5):562-75. doi: 10.1177/1049909113494748. Epub 2013 Jul 26. PMID: 23892338.
Quando se toma a decisão de perder peso e se age nesse sentido, querem-se resultados imediatos. No entanto, resultados rápidos poderão comprometer os resultados a longo prazo e ter efeitos negativos na saúde.
Quando falamos de excesso ponderal e obesidade, a perda de peso (e a sua manutenção a longo prazo) são importantes para a melhoria da saúde em geral, destacando-se a redução na mortalidade e a diminuição do risco de desenvolver doenças como a hipertensão e a diabetes tipo 2.
Sabia que em Portugal os dados indicam uma prevalência do excesso de peso e da obesidade na ordem dos 40%?
Uma das estratégias mais comuns para a perda de peso é diminuir a ingestão calórica e aumentar o gasto energético através da prática de exercício físico.
Este tipo de estratégia poderá ter resultados numa fase inicial mas poderão surgir desafios na perda de peso a longo prazo ou após vários tentativas de perda de peso seguidos de ganho de peso.
É importante garantir um balanço energético negativo para o sucesso no processo da perda de peso. No entanto, outros fatores intervêm e poderão potenciar ou dificultar este processo, onde destacamos:
Susceptibilidades genéticas
Alterações hormonais, incluindo resistência à ação da insulina e biorritmo do cortisol
Inflamação crónica de baixo grau
Fatores ambientais
Quando falamos de flores ambientais, incluímos a exposição a tóxicos. Os poluentes orgânicos persistentes, designados por POP, são substâncias tóxicas que uma vez absorvidas, têm a capacidade de se acumularem nos tecidos gordos dos seres vivos. A sua metabolização e consequente eliminação é muito lenta nos humanos e pode demorar anos ou décadas. As fontes de exposição a estas substâncias são principalmente os alimentos e água contaminada.
Uma vez que estes compostos se acumulam no tecido adiposo, quando há eliminação/remoção da gordura corporal (quer seja pela perda de peso através de intervenção dietética ou de cirurgia bariátrica por exemplo), estes compostos são libertados na corrente sanguínea.
Estes compostos têm o potencial de causar alterações hormonais, alterações ao nível da imunidade, sistema reprodutor e dos sistemas metabólicos. Ao que parece, podem também estar implicados na diminuição do metabolismo energético, aumentando o risco de ganhar novamente o peso perdido. São ainda transferidos através do leite materno e da placenta e estas são consideradas das fases mais críticas no desenvolvimento da vida humana.
Estudos indicam que, quanto mais rápida a perda de peso, maior poderá ser a exposição a estas substâncias.
Diversas vitaminas e minerais intervêm no processo de desintoxicação do organismo e durante o processo de perda de peso, em especial para mulheres na fase de pré-concepção, torna-se extremamente importante:
Evitar deficiências nutricionais
Implementar estratégias para reduzir a exposição a este tipo de substâncias.
Referências:
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Dirinck E, Dirtu AC, Jorens PG, Malarvannan G, Covaci A, Van Gaal LF. Pivotal Role for the Visceral Fat Compartment in the Release of Persistent Organic Pollutants During Weight Loss. J Clin Endocrinol Metab. 2015 Dec;100(12):4463-71. doi: 10.1210/jc.2015-2571. Epub 2015 Oct 15. PMID: 26469381.
Direção Geral de Saúde
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Jansen A, Berg JP, Klungsøyr O, Müller MHB, Lyche JL, Aaseth JO. The Influence of Persistent Organic Pollutants on Thyroidal, Reproductive and Adrenal Hormones After Bariatric Surgery. Obes Surg. 2020 Apr;30(4):1368-1378. doi: 10.1007/s11695-019-04273-w. PMID: 31721064.
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