Sabia que idealmente o seu intestino deveria funcionar 1 a 2 vezes por dia?

E que as suas fezes deveriam ter uma consistência macia e suave (tipo 4 na escala de Bristol)?

Stool Bristol Chart

Quando tal não acontece e há uma alteração da consistência das fezes e/ou uma diminuição do número de evacuações diárias, podemos estar perante um caso de obstipação.


Em teoria, a obstipação define-se quando um indivíduo apresenta menos de três movimentos intestinais por semana. Contudo, há indivíduos que sofrem de obstipação por apresentarem fezes duras e secas, por sentirem dor ao evacuar ou por apresentarem uma sensação de evacuação incompleta, ainda que o seu intestino funcione todos os dias.

Existem vários fatores que podem contribuir para a obstipação, nomeadamente:
– Idade
– Alterações hormonais, principalmente no caso das mulheres
– Hábitos alimentares inadequados
– Utilização de determinados medicamentos
– Desidratação
– Stress


Sabia que o intestino é um dos principais órgãos envolvidos no processo de desintoxicação?


Depois de, no fígado, as toxinas serem transformadas em substâncias hidrossolúveis, possíveis de serem eliminadas, é necessário assegurar que estas são de facto eliminadas através das fezes.


Assim, quando o intestino não funciona devidamente a excreção de toxinas é limitada, podendo estas substâncias ser reabsorvidas e acumuladas no organismo.


Se este é o seu caso, investir em estratégias que tenham em vista a melhoria do funcionamento do intestino deverá ser uma prioridade.
Por exemplo, aumentar a ingestão de alimentos ricos em fibra pode ser uma das formas para melhorar o trânsito intestinal e, consequentemente, otimizar o seu processo de biotransformação.


Existem dois tipos de fibras, de acordo com a sua capacidade de se dissolverem na água:
– Fibras solúveis como é o caso da cenoura, do chuchu, da abóbora, da maçã sem casca, etc.
– Fibras insolúveis como por exemplo os espinafres, os grelos, a couve portuguesa, a laranja, etc.

A recomendação para o consumo de fibra é de pelo menos 25g/dia mas, apesar de esta recomendação poder ser uma ajuda, poderão existir casos mais específicos que obriguem a uma avaliação e a um estudo mais personalizados.


Referências:
The Institute for Functional Medicine
Continence Foundation of Australia

Lewis, S. J., & Heaton, K. W. (1997). Stool Form Scale as a Useful Guide to Intestinal Transit Time. Scandinavian Journal of Gastroenterology, 32(9), 920–924. doi:10.3109/00365529709011203

Bharucha, A. E., Dorn, S. D., Lembo, A., & Pressman, A. (2013). American Gastroenterological Association Medical Position Statement on Constipation. Gastroenterology, 144(1), 211–217. doi:10.1053/j.gastro.2012.10.029

Cleveland Clinic

Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável – Direcção Geral da Saúde

Desintoxicação: solução para todos os excessos ou essencial para a saúde?

Detox, desintoxicação, ou biotransformação: um processo essencial para o bom funcionamento do organismo.

A desintoxicação, ou biotransformação como também pode ser denominada, é o processo metabólico que facilita a excreção substâncias exógenas e endógenas. É essencial para o bom funcionamento do organismo uma vez que permite a transformação de:

  • Compostos absorvidos pelo organismo em substratos que este possa utilizar;
  • Compostos tóxicos para a sua forma menos nociva para o organismo.

Ao falar na desintoxicação, fazemos a associação imediata ao fígado. Efetivamente, este é um processo que ocorre principalmente no fígado mas também nos rins, no intestino grosso, no sistema linfático e nas glândulas sudoríparas, de forma contínua e o organismo trabalha diariamente de forma a manter o seu bom funcionamento. 

A desintoxicação ocorre em duas fases: a fase I e a fase II. Depois de, na fase I, as toxinas serem transformadas em metabólitos mais tóxicos é necessário que o nosso organismo os consiga transformar, através de reações de conjugação, em compostos hidrossolúveis para que possam finalmente ser eliminados. A este processo chamamos de fase II da desintoxicação hepática.

O fornecimento constante de aminoácidos, vitaminas B2, B3, B6, B9, B12 e flavonóides é essencial para que a desintoxicação ocorra. 

A evidência científica tem demonstrado a ligação entre a exposição a toxinas e o seu impacto na incidência de diferentes condições de saúde, como: doenças cardíacas, cancro, asma, doença de Parkinson, défice de atenção em crianças, entre outros.

Quando falamos em toxinas, estas podem ser ser exógenas (pesticidas, poluentes, metais pesados e etc.) ou endógenas (hormonas, bactérias intestinais e etc.).

A genética pode ser um dos fatores determinantes na capacidade de desintoxicação do organismo. Além disso, outros fatores como a idade, o sexo, o estado nutricional e a microbiota intestinal também podem ter um impacto.

Infelizmente, não é a restrição temporária ou a ingestão de sumos verdes por 1 ou 2 dias após um período de excessos, como acontece nas festas, que “desintoxica”. O corpo precisa muito mais do que esse curto período e isso passa por:

  • Garantir o fornecimento de todos os nutrientes que são de extrema importância, de forma a estar num estado nutricional ótimo;
  • Mudanças no estilo de vida, como prática de exercício físico regular e bons hábitos de sono.

Referências:

Phang-Lyn S, Llerena VA. Biochemistry, Biotransformation. [Updated 2020 Sep 2]. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2021 Jan-. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK544353/

The Institute for Functional Medicine

The public health impact of chemicals: knowns and unknowns, WHO, 2016

Swanson HI. Drug Metabolism by the Host and Gut Microbiota: A Partnership or Rivalry? Drug Metab Dispos. 2015 Oct;43(10):1499-504. doi: 10.1124/dmd.115.065714. Epub 2015 Aug 10. PMID: 26261284; PMCID: PMC4576677.

Abóbora

Vulgarmente classificada como hortícola, a abóbora é considerada um fruto em termos botânicos, uma vez que possui sementes e cresce a partir de uma planta rasteira da família Cucurbitaceae (Cucurbitales), a mesma da melancia, do melão.

As abóboras são normalmente redondas e alaranjadas, embora o tamanho, forma e cor possam variar consoante variedade. Têm uma casca exterior espessa, bem como um caule que liga a abóbora à sua raiz. As suas sementes, folhas e polpa são todas comestíveis, e utilizadas de maneira muito variada em diferentes tipos de preparações.

A abóbora é um alimento incrivelmente nutritivo. É rica em micronutrientes, contendo muitas vitaminas, minerais e relativamente poucas calorias.

5 Benefícios da Abóbora:

  1. Melhora a saúde dos olhos – vitamina A e carotenoides e ajuda a prevenir doenças oftalmológicas – luteína e zeaxantina;
  2. Aumentar a sensação de saciedade e contribui para a saúde intestinal – fibras;
  3. Fortalece o sistema imunológico, por ser rica em vitamina A e C;
  4. Pode ser utilizada em estratégias de perda de peso, por ter poucas calorias e ser rica em fibras;
  5. Melhora a saúde da pele – betacarotenos, vitamina A e C;

Para além disso, as sementes de abóbora (ou pepitas de abóbora) são ricas em ácidos graxos poliinsaturados, compostos bioativos – carotenóides, vitaminas do complexo B, vitamina E, compostos fenólicos (principalmente fitoestrógenos) e fibras, sendo uma excelente opção para complementar as suas refeições!

Receita – Sopa de Abóbora
4 colheres de sopa de azeite de oliva, dividido
1 cebola amarela grande, picada
4 dentes de alho grandes ou 6 dentes de alho médios, prensados ou picados
½ colher de chá de sal marinho
½ colher de chá de canela moída
½ colher de chá de noz-moscada moída
⅛ colher de chá de cravo-da-índia
Pequena pitada de pimenta-de-caiena (opcional)
Pimenta preta moída na altura
½ chávena cheia de leite de coco
¼ chávena de pepitas (sementes de abóbora verde)

Instruções:
Asse a abóbora durante 35 minutos, até que a carne laranja seja facilmente perfurada com um garfo. Ponha-a de lado para arrefecer durante alguns minutos.
Aqueça a cebola, o alho e o sal à frigideira com o óleo. Mexa para combinar. Cozinhe até que a cebola esteja translúcida. Entretanto, descasque a pele da abóbora das abóboras e deite fora a pele.
Adicione a carne da abóbora e água quente, canela, noz-moscada, cravo-da-índia, pimenta de caiena (se estiver a usar), e adicione pimenta preta recém moída. Use a sua varinha mágica para quebrar um pouco a abóbora. Deixe a mistura ferver, depois reduza o calor e deixe ferver durante cerca de 15 minutos, para dar tempo aos sabores a derreter.
Enquanto a sopa está a cozinhar, torre as pepitas numa frigideira média em lume médio-baixo, mexendo frequentemente, até ficar perfumada, dourada e fazendo pequenos ruídos de salpicos.
Assim que a mistura de abóbora estiver pronta a cozinhar, adicione o leite de coco. Retire a sopa do lume e deixe-a arrefecer ligeiramente. Use a varinha mágica para misturar esta sopa na panela.
Coloque a sopa em tigelas individuais. Polvilhe pepitas sobre a sopa, sirva e desfrute-a!

Pumpkin Soup
4 tablespoons olive oil, divided
1 large yellow onion, chopped
4 large or 6 medium garlic cloves, pressed or minced
½ teaspoon sea salt
½ teaspoon ground cinnamon
½ teaspoon ground nutmeg
⅛ teaspoon cloves
Tiny dash of cayenne pepper (optional)
Freshly ground black pepper
4 cups vegetable broth homemade
½ cup full coconut milk
¼ cup pepitas (green pumpkin seeds)
Instructions
Roast the pumpkin for 35 minutes, until the orange flesh is easily pierced through with a fork. Set it aside to cool for a few minutes.
Heat the onion, garlic and salt to the skillet with the oil. Stir to combine. Cook until onion is translucent. In the meantime, peel the pumpkin skin off the pumpkins and discard the skin.
Add the pumpkin flesh and hot water, cinnamon, nutmeg, cloves, cayenne pepper (if using), and a few twists of freshly ground black pepper. Use your stirring spoon to break up the pumpkin a bit. Bring the mixture to a boil, then reduce heat and simmer for about 15 minutes, to give the flavors time to meld.
While the soup is cooking, toast the pepitas in a medium skillet over medium-low heat, stirring frequently, until fragrant, golden and making little popping noises.
Once the pumpkin mixture is done cooking, stir in the coconut milk. Remove the soup from heat and let it cool slightly. You can use an immersion blender to blend this soup in the pot.
Ladle the soup into individual bowls. Sprinkle pepitas over the soup, serve and enjoy it!

Coenzyma Q-10 e performance desportiva

O consumo de nutrientes e o correto aporte de energia são vitais para a manutenção da saúde e performance de um atleta. (1) Quando se fala em correto aporte de energia, os hidratos de carbono ou glícidos são os grandes fornecedores de energia para a maior parte dos eventos competitivos. (2, 3) Por esta razão, é importante refletir sobre a importância do controlo glicémico em nutrição desportiva. O exercício físico: – diminui a concentração de glicose durante e após o exercício; – pois acelera a sua utilização pelo fígado e músculo; – e aumenta a sensibilidade muscular e hepática à ação da insulina; (4) sendo este mecanismo de depleção de glícidos durante o exercício físico, que permite a sua reposição hepática e muscular realizado pela insulina. Efetivamente, as células beta pancreáticas são as responsáveis pela produção de insulina e, consequentemente pela regulação da glicemia sanguínea. Todavia, estas células contém baixos níveis de enzimas antioxidantes, o que as torna mais sensíveis ao dano oxidativo.(5) Desta forma, é necessário a manutenção de baixos níveis de stress oxidativo em atletas, trabalhando para a melhoria da regulação glicémica, fornecimento e reposição de hidratos de carbono eficazes, necessários para o exercício físico. Além disso, o prática de exercício físico de alta intensidade é capaz de instalar um ambiente inflamatório muscular, devido à elevada produção de espécies reativas de oxigénio, podendo favorecer o Delayed Onset Muscle Soreness, que se traduz em dores, rigidez muscular e maior sensibilidade, podendo afetar e reduzir os níveis de performance física, perda de massa muscular, fadiga e lesões. (6) Estas consequências devem ser evitadas ao máximo, especialmente em atletas, que dependem exclusivamente do seu estado de saúde físico para o êxito desportivo. Desta forma, como podemos mitigar o dano oxidativo resultante do exercício intenso e, ao mesmo tempo manter um bom controlo glicémico, que é essencial para o fornecimento de energia adequado? Atletas necessitam de energia imediata para o exercício, proveniente da ingestão de macronutrientes como a glicose. Para metabolizar a glicose ingerida através da dieta é necessário um processo chamado respiração celular, onde a glicose é degradada e a sua energia é usada na formação de ATP (adenosina trifosfato). Parte deste processo é decorrido dentro da mitocôndria, onde a ação da Coenzima Q10 é crucial.

A Coenzima Q10 é sintetizada no organismo humano, podendo existir na forma oxidada, chamada ubiquinona, ou na forma reduzida, denominada ubiquinol. A coenzima Q10 apresenta inúmeras funções. Nomeadamente, na forma de ubiquinol é um potente antioxidante com a função de proteger membranas celulares mais sensíveis no nosso organismo contra o dano oxidativo. (7, 8) Desempenha ainda outra importante função, relativamente à produção de energia, através da respiração celular realizada na mitocôndria, onde utiliza a energia proveniente dos nutrientes para a produção de ATP (molécula que armazena energia). Órgãos como o coração e o músculo esquelético requerem níveis de energia consistente e robusta, que depende do fornecimento suficiente de CoQ10. Poucos estudos investigaram o estado de CoQ10 em atletas. Porém, alguns estudos mostram que atletas apresentam níveis plasmáticos e musculares baixos durante períodos de exercício mais intensos, ou até mesmo quando comparados com indivíduos normais saudáveis. (9, 10) Desta forma, existe alguma evidência que atletas necessitam de aportes superiores de CoQ10, devido ao elevado requisito metabólico que são submetidos. Outras razões que podem diminuir os níveis de  CoQ10 em atletas podem estar relacionados com a adesão a dietas vegetarianas; situações de biossíntese comprometida devido a deficiências nutricionais, como selénio, vitamina B6, magnésio, etc.; situações de consumo elevado de vitamina E, que inibe a captação de CoQ10 proveniente da dieta e reduz os níveis plasmáticos de CoQ10; terapia farmacológica com estatinas limita a biossíntese e depleta os níveis plasmáticos de CoQ10. (11) Uma das formas de corrigir estes défices (sempre com a confirmação através da realização de análises bioquímicas), pode ser recorrendo à suplementação. Todavia, o valor exato da dose vantajosa e eficaz não tem consenso entre a comunidade científica, sendo desta forma imperativo frisar a individualidade metabólica e genética de cada atleta, sendo ideal uma suplementação individualizada, sempre com o objetivo de usufruir das caraterísticas da CoQ10 para melhoria da performance, descrita já em alguns estudos. Quanto à sua potencialidade ergogénica, Dietmar e colaboradores (11) realizaram um estudo, que tinha como objetivo investigar em que extensão o treino físico em atletas de elite podia ser positivamente influenciado pela toma adicional de 300mg de Ubiquinol de forma crónica (6 semanas), comparativamente a um placebo. Efetivamente, a suplementação teve um impacto  significativo no aumento da performance física, medida através da potência máxima, mas apenas para resultados absolutos. Os mesmos resultados expressos em percentagem não demonstraram significância estatística. Apesar do estudo relatar apenas uma pequena vantagem numérica, entre o grupo experimental e o grupo de controlo é importante destacar, que em atletas de elite todos os pormenores são vitais. Estes atletas detém níveis de competência tão elevados, que é difícil demonstrar qualquer benefício ergogénico adicional fruto da suplementação, que promova melhoria no desempenho físico. É de importância acrescentar que a suplementação com CoQ10 pode particularmente beneficiar ainda mais atletas sénior, pois o processo de envelhecimento reduz o número de mitocôndrias no organismo, assim como o nível de CoQ10 nos tecidos também diminui. Assim sendo, aumentar o conteúdo de CoQ10 nas mitocôndrias já existentes pode ajudar a compensar os défices que advém deste processo inevitável. Noutro trabalho, Cooke e seus colaboradores (12) tentaram determinar se a suplementação com CoQ10 sublingual, de forma aguda (1 dose) ou crónica (durante 14 dias) melhorava a performance ambos em indivíduos treinados e não treinados. Ambas as formas de suplementação aumentaram os níveis plasmáticos e musculares de CoQ10. Mas na verdade, nenhuma das formas de suplementação aguda e crónica revelaram melhorias no índice de endurance muscular e capacidade anaeróbia, porém, constatou-se uma forte tendência no aumento do tempo de exercício até à exaustão, isto é, houve maior tolerância à carga de trabalho, podendo ser um indicador da fosforilação oxidativa aprimorada. Com efeito, não se sabe exatamente o mecanismo de atuação da CoQ10, podendo atribuir-se à combinação de uma fosforilação oxidativa mais eficiente na mitocôndria, conseguindo manter este processo mais tempo, produzir mais ATP e por consequência prolongar o exercício físico e/ou ao efeito protetor contra o dano oxidativo, uma vez que a CoQ10 é uma potente molécula antioxidante, que suporta a regeneração de outros antioxidantes, influencia a estabilidade, fluidez e permeabilidade das membranas. Em suma, a importância da CoQ10 nos vários processos metabólicos é inegável, assim como o seu potencial ergogénico em atletas de elite se demonstra promissor na melhoria da performance. Efetivamente, é fundamental sublinhar a importância da individualidade e singularidade de cada atleta, pois cada indivíduo é um sistema genético, biológico e metabólico único, fruto de uma multitude de fatores. Por essa razão, é aconselhável um conhecimento e monitorização específica, sendo mais fácil a compreensão e planeamento das necessidades e execução dos objetivos, tendo sempre em vista a otimização das sessões de treino e melhoria da performance nos eventos competitivos.

1.         Paquot N. [Sports nutrition]. Rev Med Liege. 2001; 56(4):200-3.

2.         Jensen J, Ruzzin J, Jebens E, Brennesvik EO, Knardahl S. Improved insulin-stimulated glucose uptake and glycogen synthase activation in rat skeletal muscles after adrenaline infusion: role of glycogen content and PKB phosphorylation. Acta Physiol Scand. 2005; 184(2):121-30.

3.         Jensen J, Jebens E, Brennesvik EO, Ruzzin J, Soos MA, Engebretsen EM, et al. Muscle glycogen inharmoniously regulates glycogen synthase activity, glucose uptake, and proximal insulin signaling. Am J Physiol Endocrinol Metab. 2006; 290(1):E154-e62.

4.         Yen CH, Chu YJ, Lee BJ, Lin YC, Lin PT. Effect of liquid ubiquinol supplementation on glucose, lipids and antioxidant capacity in type 2 diabetes patients: a double-blind, randomised, placebo-controlled trial. Br J Nutr. 2018; 120(1):57-63.

5.         Evans JL. Antioxidants: do they have a role in the treatment of insulin resistance? Indian J Med Res. 2007; 125(3):355-72.

6.         Lewis PB, Ruby D, Bush-Joseph CA. Muscle soreness and delayed-onset muscle soreness. Clin Sports Med. 2012; 31(2):255-62.

7.         Ikematsu H, Nakamura K, Harashima S, Fujii K, Fukutomi N. Safety assessment of coenzyme Q10 (Kaneka Q10) in healthy subjects: a double-blind, randomized, placebo-controlled trial. Regul Toxicol Pharmacol. 2006; 44(3):212-8.

8.         Hosoe K, Kitano M, Kishida H, Kubo H, Fujii K, Kitahara M. Study on safety and bioavailability of ubiquinol (Kaneka QH) after single and 4-week multiple oral administration to healthy volunteers. Regul Toxicol Pharmacol. 2007; 47(1):19-28.

9.         Littarru GP, Battino M, Tomasetti M, Mordente A, Santini S, Oradei A, et al. Metabolic implications of coenzyme Q10 in red blood cells and plasma lipoproteins. Mol Aspects Med. 1994; 15 Suppl:s67-72.

10.       Ho CC, Tseng CY, Chen HW, Chiu YW, Tsai MC, Chang PS, et al. Coenzyme Q10 status, glucose parameters, and antioxidative capacity in college athletes. J Int Soc Sports Nutr. 2020; 17(1):5.

11.       Alf D, Schmidt ME, Siebrecht SC. Ubiquinol supplementation enhances peak power production in trained athletes: a double-blind, placebo controlled study. J Int Soc Sports Nutr. 2013; 10:24.

12.       Cooke M, Iosia M, Buford T, Shelmadine B, Hudson G, Kerksick C, et al. Effects of acute and 14-day coenzyme Q10 supplementation on exercise performance in both trained and untrained individuals. J Int Soc Sports Nutr. 2008; 5:8.

Porque é a vitamina B9 tão importante durante a gravidez?

A vitamina B9 é um nutriente essencial, o que significa que o organismo não é capaz de o produzir, devendo ser ingerido através do alimentos.

Intervém na replicação do DNA e é o substrato de uma série de reações enzimáticas, sendo por isso crucial para o bom funcionamento do organismo.

A vitamina B9 pode existir sob estas duas formas:

  • Folato: ocorre naturalmente em alimentos como vegetais de folha verde, leguminosas, gema do ovo, fígado e frutas cítricas;
  • Ácido fólico: é a forma sintética e é utilizada para fortificar alimentos (como farinhas, pão, massa e etc.) e em suplementos.

No entanto nenhuma destas formas é utilizada diretamente pelo nosso organismo, sendo necessárias uma série de reações enzimáticas para que isso ocorra.

Uma das enzimas chave deste processo é a metilenotetrahidrofolato redutase (MTHFR).  O funcionamento desta enzima tem ação direta na forma como o nosso organismo utiliza o folato. A variação genética “desfavorável” diminui a actividade da enzima até 70%.

Tendo em conta este efeito a nível da actividade da enzima, não é de estranhar que a presença da variação genética “desfavorável” do MTHFR, juntamente com outros fatores trombofílicos tenham sido associados a um aumento do risco de perdas fetais, ou a um aumento de risco de trissomia 21.

Esta variação genética ocorre em cerca de 33% da população portuguesa.

A vitamina B9 é essencial para um bom funcionamento do organismo e torna-se ainda mais importante na preparação de uma gravidez e durante a gestação sendo que:

  • Na fase do planeamento da gravidez é importante para prevenir problemas de desenvolvimento associados às primeiras semanas de gestação;
  • Durante a gestação para assegurar  o normal crescimento e desenvolvimento do feto.

As deficiências deste nutriente estão associados a anemia na mãe e malformações congénitas no bebé.

As quantidades de vitamina B9 provenientes da alimentação não são suficientes para dar resposta às necessidades acrescidas durante a gestação, assim torna-se imperativo o uso de um suplemento alimentar.

A identificação da variação genética “desfavorável” do MTHFR, ajuda na indicação do suplemento mais adequado para cada gestante ou mulheres que querem engravidar.

Referências:

doi.org/10.1111/j.1600-0897.2006.00376.x

doi.org/10.1093/qjmed/hcg039

Qual o impacto da alimentação an síndrome do ovário poliquístico?

A Síndrome do Ovário Poliquístico (SOP) é uma condição clínica que afeta mulheres em idade fértil e que se caracteriza por hiperandrogenismo e disfunção ovulatória. (1)

Para que uma mulher seja diagnosticada com SOP, segundo o National Institute of Health, deve apresentar os seguintes critérios: (1)

  • Oligo-ovulação (ovulação irregular) ou anovulação (ausência de ovulação)
  • Hiperandrogenismo clínico ou bioquímico (excesso de androgénios)

Já segundo o Consenso de Rotterdam, a mulher deve apresentar dois dos seguintes critérios de diagnóstico: (2)

  • Oligo-ovulação (ovulação irregular) ou anovulação (ausência de ovulação)
  • Hiperandrogenismo clínico ou bioquímico (excesso de androgénios)
  • Ovários poliquísticos

Sabia que umas das principais manifestações clínicas da SOP é a RESISTÊNCIA À INSULINA (cerca de 70%)? (2)

A insulina é a hormona que sinaliza o transporte da glicose (acúcar) do sangue para as células. Logo, se na maior parte dos casos, mulheres com SOP têm resistência à ação da insulina então podemos dizer que existe uma maior probabilidade de estas mulheres desenvolverem patologias como a Diabetes mellitus. (2)

E aí a alimentação e a nutrição têm um papel fundamental. Não só para o aumento da sensibilidade à insulina como para a manutenção do peso.

Mulheres que sofrem de SOP devem ser fortemente aconselhadas no sentido da mudança do seu estilo de vida, nomeadamente no que diz respeito à manutenção do peso, alimentação, exercício físico e, se for o caso, à cessação de hábitos tabágicos. (3)

FONTES:

(1) doi:10.1093/humrep/dep399

(2) Antunes, B., Mação, N., Moreira, J., Ramos, A. (2018). Nutrição Funcional na Saúde da Mulher. Atheneu. Rio de Janeiro.

(3) doi:10.1007/s11892-002-0061-y

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